O Futuro do Muaythai: O Que Falta para o Esporte Crescer?

Problemas como a falta de regulamentação unificada, baixa visibilidade na mídia e escassez de patrocínios limitam seu avanço. A possibilidade de inclusão nos Jogos Olímpicos desperta esperança, mas exige ajustes nas regras e maior unificação global para superar os desafios.

RSCalvino

3/1/20253 min read

O Futuro do Muaythai no Brasil: O Que Falta para o Esporte Crescer?

O Muaythai cresce no Brasil, mas ainda enfrenta desafios para se consolidar como um dos grandes esportes do país. Atualmente, estima-se que existam mais de 100 mil praticantes ativos no Brasil, segundo dados de federações esportivas, mas o número ainda é pequeno em comparação com modalidades como o jiu-jítsu e o boxe. Problemas como a falta de regulamentação unificada, baixa visibilidade na mídia e escassez de patrocínios limitam seu avanço.

A possibilidade de inclusão nos Jogos Olímpicos desperta esperança, mas exige ajustes nas regras, como a padronização do sistema de pontuação, a obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção para garantir maior segurança dos atletas e a definição de categorias de peso universalmente aceitas. Além disso, é necessária uma maior unificação global entre as federações para criar um formato de competição compatível com os padrões olímpicos.

Os Principais Desafios para a Popularização do Muaythai no Brasil

  1. Falta de Regulamentação Unificada

    • No Brasil, diferentes federações disputam a representatividade do Muaythai, dificultando um reconhecimento oficial e padronizado.

    • A ausência de uma única entidade reguladora impacta a captação de investimentos e patrocínios.

  2. Baixa Visibilidade na Mídia

    • Diferente do MMA e do boxe, o Muaythai ainda luta por espaço na mídia esportiva nacional. Enquanto eventos de MMA têm ampla cobertura televisiva, os torneios de Muaythai geralmente são restritos a transmissões online ou redes sociais.

    • Segundo uma pesquisa da Confederação Brasileira de Lutas, apenas 30% dos eventos nacionais de Muaythai contam com algum tipo de transmissão ao vivo.

  3. Falta de Investimento e Patrocínio

    • Atletas e academias frequentemente enfrentam dificuldades financeiras para competir internacionalmente.

    • Dados da Associação Brasileira de Muaythai indicam que apenas 10% dos atletas profissionais têm patrocínios fixos, dificultando a profissionalização do esporte.

  4. Acessibilidade e Inclusão

    • O custo médio de mensalidade em academias varia entre R$ 150 e R$ 400, além de gastos com equipamentos, o que pode limitar o acesso ao esporte em comunidades carentes.

    • Programas sociais poderiam democratizar o Muaythai, tornando-o mais acessível para jovens talentos.

  5. Carência de Eventos de Grande Porte

    • O Brasil possui competições relevantes, mas ainda carece de um circuito nacional forte e eventos de grande porte para atrair patrocinadores e público.

    • Estatísticas mostram que 80% dos atletas amadores competem apenas em torneios regionais, sem acesso a competições nacionais ou internacionais.

Muaythai nos Jogos Olímpicos: Um Sonho Possível?

O Muaythai já é reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) através da IFMA (International Federation of Muaythai Associations), um passo fundamental para sua inclusão nos Jogos Olímpicos. No entanto, ainda há desafios a serem superados:

  • Ajuste das Regras para o Formato Olímpico: O COI exige adaptações, como mudanças no formato de lutas, obrigatoriedade do uso de protetores e um sistema de pontuação padronizado.

  • Concorrência com Outras Artes Marciais: O karatê já entrou e saiu do programa olímpico, e modalidades como jiu-jítsu e kickboxing também pleiteiam espaço.

  • Expansão da Presença Internacional: O esporte precisa ser mais praticado em diversos países para se tornar atrativo ao COI. Atualmente, a IFMA está presente em mais de 130 nações, mas o crescimento precisa ser contínuo.

Com o fortalecimento da IFMA e a realização de campeonatos internacionais bem organizados, há esperança de que o Muaythai possa ser incluído como modalidade de exibição nos Jogos de 2028 ou 2032.

O Papel das Federações, Patrocinadores e Atletas no Crescimento do Muaythai

O crescimento do Muaythai no Brasil depende da colaboração entre diversos setores:

  1. Federações e Confederações

    • Trabalhar pela unificação da regulamentação e pela profissionalização do esporte.

    • Criar um calendário nacional sólido, facilitando a ascensão de novos talentos.

  2. Patrocinadores e Empresas

    • Investir na divulgação e na profissionalização dos atletas.

    • Criar parcerias com academias e eventos para expandir o mercado do Muaythai.

  3. Atletas e Academias

    • Engajar-se na promoção do esporte, utilizando redes sociais e participando de eventos.

    • Manter um alto nível técnico e disciplinar para representar bem o Muaythai nacional e internacionalmente.

Conclusão

O Muaythai tem um enorme potencial para crescer no Brasil e enfrenta desafios estruturais que precisam ser superados. Com maior organização, investimento e visibilidade, o esporte pode alcançar novos patamares e, quem sabe, se tornar uma modalidade olímpica no futuro. Cabe às federações, patrocinadores e atletas trabalharem juntos para que esse sonho se torne realidade.